Hoje em dia temos tantos problemas e assuntos que resolver. E, às vezes, parece como se ninguém se dá conta de todo o tempo que temos que resolver ao mesmo tempo: trabalhar, estudar, encargos de casa, ajustar nosso orçamento e seguir cumprindo com nossas responsabilidades. Parece algo impossível que em meio de tantas preocupações e contratempos, possamos conservar a serenidade para resolver tudo sem cair no desespero e nem afetar aos demais com nossa impaciência.

O valor da serenidade nos faz manter um estado de ânimo gentil e sossegado, ainda que as circunstâncias mais adversas, isto é, sem exaltar-se ou deprimir-se, encontrando soluções através de uma reflexão cuidadosa, sem engrandecer ou minimizar o problema.

Quando as dificuldades nos afligem facilmente podemos cair no desespero, nos sentirmos tristes, irritados, relutantes e, muitas vezes, em um beco sem saída. À primeira vista, o valor da serenidade poderia deixar somente para as pessoas que tem poucos problemas, na verdade todos os temos, a diferença está na forma como os enfrentamos.

Com a finalidade de conhecer melhor a importância da serenidade, devemos primeiro tomar a consciência de algumas realidades que nos impedem de conseguir desenvolver este valor com eficácia:

– Não podemos abandonar as nossas ocupações habituais e escaparmos para algum lugar distante para meditar com tranquilidade; deixar nos arrastar pela tristeza; trabalhar com menos intensidade, ou esperar que alguém tome nossos problemas em suas mãos e os resolva.

– Ver toda dificuldade como a mais difícil e mais grave do que as anteriores (especialmente se no momento ela se juntar a outras que já temos).

– Devemos nos empenhar em encontrar a solução quase de forma simultânea ao surgimento do problema, algumas vezes, se consegue, mas nem sempre. De forma geral toda situação requer um conselho ou uma análise profunda e cuidadosa.

– No estado de tensão, passa pela nossa cabeça e repassa as mesmas palavras, as mesmas opções e os mesmos pensamentos sem chegar a nenhuma solução e aumenta, assim, nossa ansiedade, perdemos tempo, energia e o bom-humor.

A serenidade não se dá com o simples desejo, se assim fosse, não teríamos tempo de nos sentirmos intranquilos ou desesperados. Usualmente reagimos e atuamos por impulsos, privando a nossa inteligência da oportunidade de conhecer e elucidar todas as arestas do problema. Vamos revisar quatro ideias básicas para gerar a serenidade m nosso interior:

– Evitar “fechar-se” em si mesmo: Encontramos melhores soluções quando buscamos apoio e conselho daquelas pessoas que gozam de nossa confiança (os pais, um bom amigo, algum diretor espiritual, um professor etc), porque sabemos, de antemão, que sua opinião estará sempre de acordo com a razão, com a verdade e com a justiça.

– Concentrar-se em um trabalho ou atividade: Parece contraditório pensar em manter a atenção quando se está rodeado de tanta tensão e preocupação, mas é possível sair deste estado encaminhando nossos esforços a realizar nossos trabalhos com a maior perfeição possível. O que necessitamos é liberar nossa mente, sair do círculo vicioso e estar em condição de analisar as coisas com calma. Não existe melhor distração do que o próprio trabalho e a atividade produtiva.

– Gozar de alegria alheia: Normalmente as pessoas que nos rodeiam percebem nosso estado de ânimo. Por que ficamos irritantes e agressivos? Os filhos, o esposo ou esposa, os companheiros de trabalho não têm culpa, tampouco são indiferentes com os nossos sentimentos, simplesmente eles tentam nos fazer passar um momento agradável, não devemos nos distanciar, nem recusar estas pequenas luzes que iluminam nosso dia. Escute as piadas, sorria, ajude a teus filhos a fazer a tarefa … Aproveite o momento!

– Cuidar-nos fisicamente: Parece elementar e óbvia esta observação, mas existe pessoas que se sentem afetadas de tal modo que deixam de comer e dormir por causa das suas preocupações. Todos sabemos que as pessoas ficam mais irritadas diante da falta de alimento e descanso, portanto, este descuido diminui a nossa capacidade de analisar e decidir.

Seguramente todos tivemos a experiência de “distrair-nos do problema” sem nos dar conta; quando voltamos a ser conscientes do mesmo, nos sentimos libertos da ansiedade e do pessimismo, e, sendo assim, conseguimos pensar e decidir.

A serenidade faz a pessoa mais dona de suas emoções, adquirindo força, não somente para se dominar, mas também para suportar e confrontar a adversidade sem afetar o trato e as relações com os semelhantes.