A espera, o esperar, é uma dimensão que atravessa toda nossa existência pessoal, familiar e social.
A espera está presente em mil situações, desde as menores e banais até as mais importantes, que nos tocam total e profundamente.
Pensamos, entre elas, na espera de um filho por parte dos pais; na espera de um parente ou amigo de longe que vem nos visitar; pensemos, para um jovem, na espera do resultado de um vestibular, ou de uma entrevista de emprego; nas relações afetivas, na espera do encontro da pessoa amada, da resposta de uma carta, um e-mail, ou da aceitação de um perdão.
Poderia dizer que o homem está vivo enquanto espera, enquanto seu coração bate está cheio de esperança. E o homem é reconhecido pelas suas expectativas:: nossa condição moral e espiritual pode ser medida pelo que esperamos, para que esperamos.
Cada um de nós, portanto, especialmente neste tempo que nos preparamos para o Natal, pode-se perguntar: O que eu espero? Neste momento da minha vida, a que tende meu coração? E esta mesma pergunta se poder formular a nível de família, de comunidade, de nação. O que esperamos juntos? O que une nossas aspirações? O que temos em comum?
No tempo anterior ao nascimento de Jesus, era mais forte, em Israel, a espera do Messias, isto é, de um Consagrado, descendente do rei Davi, que finalmente libertaria o povo de toda escravidão moral e política e instauraria o reino de Deus.
Mas nunca ninguém havia imagino que o Messias pudesse nascer de uma jovem humilde como Maria, prometida ao justo José. Também Ela nunca imaginou isto, mas em seu coração a espera do Salvador era tão grande, sua fé e sua esperança eram tão ardentes, que ele pode encontra n’Ela uma mãe digna. Além disso, Deus mesmo a havia preparado, antes dos séculos.
Há uma misteriosa correspondência entre a espera de Deus e a de Maria, a criatura “cheia de graça”, totalmente transparente ao desígnio de amor do Altíssimo. Aprendamos com Ela, Mulher do Advento, a viver os gestos cotidianos com um novo espírito, como o sentimento de uma profunda espera, que só a vinda de Deus pode acalmar.
Agnaldo Marques 