Os bons atos e atenções que recebemos diariamente superam em muito as ofensas
Viver com uma pessoa lamentosa é um verdadeiro inferno. A pessoa queixosa não há nada que a satisfaça. Para tudo – absolutamente tudo – ela encontra algo que criticar. Jamais está contente com algo.
Uma pessoa assim gera um ambiente pesado, tenso, obscuro. E termina por deixar todos do mesmo jeito. Sua queixa é como um empurrão invisível a qualquer se deseja aproximar.
Quantas vezes ao dia você se queixa e quantas vezes das graças? – perguntou o psicólogo a uma pessoa com depressão. “Não sei, nunca contei” – o respondeu – “Mas o que isto tem a ver com a minha enfermidade?” – “Muito, porque para ser feliz é fundamental que o número de vezes que das graças seja muitíssimo maior ao que das queixas”.
É claro que na vida, as boas ações e atenções que recebemos diariamente superam em muito as ofensas, os descuidos e os desprezos. Mas quando atuamos de forma egoísta terminamos pensando que “mereço muito mais do que tenho”.
Considere o seguinte: “Há quanto tempo não faz uma lista de todas as coisas que tens que agradecer?” E mais: “Já a fez alguma vez? Asseguro-te que é um exercício muito gratificante, e que te ajudará a ser consciente de que és uma pessoa privilegiada apesar de tudo”.
De fato, de acordo com Chris Mooney, estudos psicológicos empreendidos desde o não 2000, tem descoberto o profundo vínculo que existe entre a gratidão e uma série de benefícios; ter maior esperança e otimismo no futuro, melhores ferramentas para superar o estresse, menor probabilidade de cair em depressão ou em algum vício, melhores sonhos e tranquilidade, etc.
E cita um estudo no qual se assegura que o grau de agradecimento que temos “pode explicar melhor a satisfação que experimentamos na vida que outros fatores como o amor, perdão, inteligência social e humor”.
Ditas investigações também afirmam que uma pessoa agradecida gera vínculos de confiança mais forte e frequentes que as pessoas que não o são. Abre portas que de outra forma estariam fechadas, e gera apoio de pessoas muito variadas.
Mooney atesta que a gratidão é um sinal de um bom comportamento a nível moral; característica que os demais são capazes de captar, e por isso ele nos motiva a se comportar comigo mesmo de forma adequada. Do mesmo modo, é um excelente meio para educar: mostrar-se agradecido com teus familiares os predispõe a uma melhor conduta.
A partir de agora não deves deixar a gratidão para a simples espontaneidade. Tens que faze-la de forma de ser, uma escolha consciente, uma disciplina, um hábito.
Que maravilhosa oportunidade nos dá, precisamente, a época em que estamos começando. O início de um ano é um momento especial de dar graças pelo ano que passou e projetar algo novo o ano que se inicia.
Mas atenção, o que este estudo revela é que não basta um dia, nem sequer umas semanas, mas sim que nossa vida diária tenda a ser uma constante torrente de agradecimento.
Motivos não nos faltam. Abra os olhos e veja ao teu redor. A final de contas, tudo na vida é um dom. porque como nos perguntava, já há alguns séculos São Paulo aos Coríntios: “Vejamos: em que você é mais do que os outros? O que é que você possui que não tenha recebido?” (1 Cor 4,7).
Agradeçamos a todos e por tudo. Repitamos em cada momento a palavra: “graças”. Gritemos a gratidão. Publiquemo-la. Ponhamo-la em moda. Porque quem sabe agradecer, se faz mais digno de a receber.
Agnaldo Marques 