Na primeira parte, comentamos quais eram os sintomas que davam sinais de ser um católico doente. Você lembra quais eram? Se não, vamos lembrar, eles foram: não rezar, não ir à missa, parar de confessar e falta de esperança. 

Mas note que eles não são os únicos. Então, preste atenção! Porque hoje vamos impedi-lo de outros sintomas que também ocorrem muito. 

5. O coração endurecido. Quando você passa pela vida com feridas que você não curou em seu coração, isso faz com que você se feche. O que o leva a perder entusiasmo, ilusões e esperança. Você vive “atualizado”, você não aproveita cada momento e toda a sua vida se torna rotina. Tenha muito cuidado, porque isso faz você ser insensível às dores e as necessidades dos outros, mesmo aqueles mais próximos de você. Sua tristeza, sua intolerância e sua falta de caridade afastam-no da graça. Além disso, para Deus, você só tem censuras e reclamações. Esta situação começa a fazer você deixar a oração, depois você se esfria e seu coração endurece. Portanto, convido-os a pensar se você tem alguma ferida não curada dentro de você, para que você procure curá-la o mais rápido possível. E se você reconhecer que seu coração já endureceu, aproxime-se de Jesus, Ele vai cura-lo com sua graça e com seu amor. Procure-o sinceramente em oração e aproxime-se dos sacramentos. Não esqueça este conselho dos Provérbios: “Bem-aventurado o homem que está sempre alerta, pois o turrão sempre cai na desgraça” (Provérbios 28, 14). 

6. Cara fechada (de quem come abacaxi azedo). Eu realmente gosto desta expressão. Papa Francisco, com uma frase semelhante, se refere àqueles cristãos que ficam tristes, esmagados e, pior, reclamam de tantas coisas que vivem diariamente. Isso me leva a pensar em tantos católicos que atuam em grupos paroquiais e ministérios, mas em seu rosto não transmitem alegria e felicidade, em vez disso, deixam transparecer a tristeza, a amargura e a frustração. Isso só aliena outros. O cristão deve ser uma pessoa feliz, porque o encontro com Cristo alegra o coração, e a alegria que é real e verdadeira, não depende das circunstâncias que você vive, mas da vida e do encontro constante com o Senhor. O cristão deve se esforçar para ser uma pessoa entusiasta e sempre alegre, que transmite felicidade onde quer que esteja e o que vive. Nunca percamos o espírito de alegria que São João Bosco sempre repetiu para a juventude: “Quero ver você sempre feliz“. São Paulo também nos diz: “Estejam sempre alegres, rezem sem cessar” (1 Tessalonicenses 5,16-17). 

7. O Alzheimer espiritual. Antes de falar deste sintoma, em primeiro lugar, gostaria que lembrasse como foi seu primeiro encontro com o Senhor, o que você sentiu quando você experimentou pela primeira vez o seu amor e sua proximidade? Pessoalmente, foi um momento que iluminou completamente minha vida. Sem dúvida, você também já teve um encontro com o amor de Jesus, mas, infelizmente, muitos perderam na memória o seu encontro com Ele. Por exemplo, aqueles que se esqueceram o quanto eles foram perdoados e não são capazes de perdoar a todos que os feriram; outros que receberam muito de Deus e negam ajuda a todos que vêm a eles. Aqueles que sofrem de doença espiritual de Alzheimer são aqueles que esquecem o “primeiro amor”, só vive imerso em seu presente, em suas próprias habilidades, interesses, ocupações, compromissos e paixões. Portanto, é importante não esquecer de onde tiramos o Senhor, lembre-se que tudo o que temos recebido de suas mãos estava livre e, portanto, deve compartilhá-la com amor, sem buscar um interesse. O Senhor nos pede: “Prestem atenção, repare onde você caiu, converta-se e retome o caminho de antes” (Apocalipse 2,5a). 

8. A falta de testemunho. Talvez uma das justificativas que ouvi dizer aqueles que não vão à missa é “pra que eu vou, se os que vão, entram e saem criticando e ofendendo os outros“, e, infelizmente, às vezes, é verdade. Quão certo nessa frase: “Palavras convencem, mas o exemplo arrasta”. Não podemos ser cristãos de tempos em tempos ou por conveniência. Devemos ser, claro, cristãos durante 24 horas por dia, e o ano todo. É muito triste saber que tantos católicos, ao não ser testemunha do que eles acreditam, vivem uma vida dupla justificando-se que não querem se preocupar com a que creem. Você tem que fazer da vida aquilo em que acredita. Toda vez que vamos à missa, endossamos nosso compromisso cristão, portanto, devemos sair de lá dando testemunho da alegria desse encontro, e devemos espalhá-lo em todas as nossas atividades, tanto em casa como na escola e no trabalho. Cristo nos faz uma promessa: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu” (Mateus 10, 32). 

Como seres humanos, somos fracos e podemos cair em algum desses sintomas, mas lembre-se de que não estamos sozinhos, Deus está sempre ali para nos ajudar. Assim como uma planta que precisa do sol para sobreviver, também o cristão que não se alimenta constantemente de Deus não pode subsistir. Nunca perca seu relacionamento com Deus!