caminhoO passar dos séculos não apagou a esperança. O Senhor cumpre sua promessa ao enviar-nos o Messias.

O Advento é como um caminho. Inicia-se em um momento do ano, avança por etapas progressivas, e se dirige a uma meta.

Chega o convite para nos colocar em marcha. Quem convida? Onde iniciaremos a caminhada? Qual é a meta que temos que dirigir nossos passos?

O convite chega até nós, vindo de muito longe. A história humana começou a partir de um ato de amor divino: “Façamos ao homem” (cf. Gn 1,26). O amor dava início à vida.

Esse ato magnífico se viu apagado pela resposta do homem, por seu pecado que significou uma tragédia cósmica. Deus, apesar de tudo, não interrompeu seu Amor apaixonado e fiel. Prometeu que viria o Messias.

A humanidade inteira foi convidada a esperar. O povo escolhido, Israel de Deus, recebeu novos avisos, indicou que o Messias chegaria a qualquer momento da história. O passar dos séculos não apagou a esperança. Logo o Senhor iria cumprir sua promessa.

Esse convite chega agora em nossas vidas. Também queremos sair do pecado. Necessitamos sentir o Amor divino que nos acompanha nas horas difíceis. Temos que escutar a voz profunda que nos pede para deixar o egoísmo e dedicar-nos a servir a nossos irmãos.

Onde se inicia o caminho? Talvez a partir do calor do cristianismo apagado e pobre. Talvez desde os ódios profundos para quem nos fez mal. Talvez desde as ignóbeis paixões que nos levam a cair continuamente no pecado. Talvez, ainda, desde a tristeza por ver tão pouco amor e tantas promessas fracassadas.

A voz volta a chamar. No deserto do mundo, na solidão da vida urbana, na calma da noite invadida pelos ruídos, nos risos de uma festa sem sentido… A voz pede, suplica, espera que demos o primeiro passo, que se abra o Evangelho, que escute a voz de João Batista, que abandonemos as injustiças e a preguiça, que voltemos nosso olhar para o horizonte.

O Salvador chega. João O anuncia. A voz que soa no deserto chega até nós: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no Evangelho” (cf. Mc 1,15)